Polícia Federal investiga desvio de recursos da educação no Piauí

A Polícia Federal, em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU), deflagrou nesta quinta-feira (13) a Operação Shallow Grave, com o objetivo de desarticular um esquema criminoso de desvio de recursos públicos no município de Fartura do Piauí. Os valores desviados eram provenientes do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). 

Seis equipes da PF, com o apoio de auditores da CGU, foram mobilizadas para cumprir sete mandados de busca e apreensão, além do sequestro de bens e valores, nas cidades de Teresina (PI), São Raimundo Nonato (PI) e Camaçari (BA). As medidas foram autorizadas pelo juiz da 3ª Vara Federal. 

As investigações tiveram início após a identificação de movimentações financeiras suspeitas, que indicavam um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo empresários e políticos de Fartura do Piauí. Para ocultar a origem ilícita dos recursos, os investigados teriam utilizado um operador financeiro de fachada, que atua como coveiro no município de São Raimundo Nonato (PI).

Diante das evidências, a Justiça determinou o bloqueio de bens e valores no montante aproximado de R$ 715 mil, com o intuito de garantir o ressarcimento ao erário. Há indícios de que esse dinheiro, sem justificativa legal, tenha sido utilizado para o pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos e políticos. 

Os crimes investigados incluem fraude em licitações, desvio de verbas públicas, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e associação criminosa. As irregularidades teriam ocorrido entre 2021 e 2024, utilizando recursos federais destinados à educação. 

A operação tem como principais objetivos interromper a continuidade das fraudes, fortalecer as provas do esquema e identificar outros possíveis envolvidos, incluindo agentes públicos e particulares. Além disso, a PF busca recuperar bens adquiridos com os valores desviados.